Sinto saudades dos domingos
que nos acompanhavas ao café
agora continuamos a ir
mas faltas tu ali ao nosso pé
Parece que te estou vendo
sentado a ler o jornal
esperando o teu chocolate quente
e dizias mamã prova, é bom e não faz mal
Ricardinho tu que axas
das coisas que nós pensamos
não sei se estamos certos
ou será que isageramos
Agora eu penso em ti
e quando te irei encontrar
eu tenho tantas saudades
de te poder abraçar
Nós viviamos os quatro
neste lar em união
porque sempre nos amamos
do fundo do coração
a viver em nosso lar
temos as tuas recordações
tu bem deves calcular
Eu quero continuar
a ver-te por todo o lado
poder conversar contigo
porque o coração está desanimado
olho para as fotografias
porque é o que me resta
mexo nas tuas lembranças
e penso que esta vida não presta
Que gozes de felicidade
é o que eu mais te desejo
eu escrevo para ti
e te envio um grande beijo
esta ferida continua
aberta e a doer
eu acho que só vai parar
no dia que eu morrer
O Senhor que me perdoe
se digo coisas que não devo
mas estamos assustados
e vivemos com muito medo
temos medo de noticias
que não queiramos ouvir
pois esta dor é tão grande
não queremos voltar a sentir
No dezassete de Fevereiro
o teu nome eu bordei
na tua almofada
e te digo que adorei
Nesse mesmo dia à noite
depois da almofada bordada
recebi a tua casaca azul
aquela que mais gostavas
Mais um dia marcado
para mim na nossa vida
porque pensava que a casaca
já ia ficar perdida
demorou bastante tempo
para a poder recuperar
mas gostei de a ter de volta
e abracei-me a ela a chorar
Os dias vão passando
e eu sempre a pensar
quando será o dia
que te irei encontrar
Eu sinto-me muito bem
mexendo no que é teu
envolvo as minhas mágoas
no amor vindo do céu
O teu nome eu bordei
agora para a tua madrinha
bordei com o mesmo amor
como se a almofada fosse minha
Estes versos que eu escrevo
têm uma dedicação
são feitas para o meu filho
as palavras saem do coração
Está a fazer três meses
que nós estamos sem ti
foram os tempos mais dificeis
que até agora eu vivi